Há muitas razões para acreditar que a resistência à insulina é uma das principais causas de doenças cardiovasculares. A doença cardiovascular é a principal causa de morte nos EUA.
A glicemia alta e a insulina aumentam o risco de morte – e isso acontece mesmo quando os valores estão pouco acima do normal.
Resistência à Insulina e a Doenças Cardiovasculares
A insulina é o hormônio que ajuda a controlar a glucose no sangue, sendo liberado depois do aumento da glucose causada pela ingestão de carboidratos, causando as células a absorver a glucose circulante no sangue.
A resistência à insulina é uma condição de saúde onde a insulina perde a efetividade, característica da diabetes tipo 2, que está presente em pessoas obesas, sedentárias e fumadores.
O estudo EPIC-Norfolk analisou a hemoglobina glicosilada em 4600 homens, com idades entre 45 e 79 anos e seguiu estes valores durante 5 anos.
Estudo EPIC-Norfolk
A hemoglobina glicosilada, também referida como HbA1c, é um exame que mede a glicemia em longo prazo. Quando a glicemia aumenta, alguma glucose fica permanentemente ligada à hemoglobina dos glóbulos vermelhos, um efeito que dura durante os 4 meses de vida dos glóbulos vermelhos. Desta forma é possível calcular a glicemia média a partir do HbA1c.
Então o que acontece quando se mede o GbA1c em um grupo de homens e se vê quem morreu? Veja o seguinte gráfico.
O gráfico é baseado nos dados do estudo EPIC-Norfolk e mostra que cada aumento de 1% do HbA1c está associado a um aumento de 28% no risco de morte. Isto é o risco de morte de todas as causas, não só de doença cardiovascular.
As duas primeiras barras representam um HbA1c normal – dependendo da pessoa a quem perguntar. As próximas três barras representam a pré-diabetes e a diabetes, que está acima de 5,7. (Referência)
Além do aumento do risco de morte, há dois pontos importantes a notar:
- O risco de morte aumenta mesmo abaixo dos níveis da pré-diabetes e diabetes. Então você pode estar com risco de morte mais elevado, mesmo se o seu médico acha que a sua glicemia ou HbA1c está baixo.
- O aumento do risco de morte é continuo. Qualquer aumento no HbA1c significa um risco de morte mais elevado. Isso aponta para causação e não só associação.
O Estudo dos Polícias de Helsínquia
Existem vários outros estudos sobre a associação entre a glicemia e o risco de morte. O estudo dos Polícias de Helsínquia é um deles.
Neste estudo os participantes receberam um exame de tolerância à glucose de 2 horas, onde a glicemia é medida após 0, 1 e 2 horas depois da ingestão de uma bebida com glucose. Foram medidas a glucose e a insulina.
Este gráfico mostra a incidência de doença cardíaca coronária durante 25 anos. As medições estão agrupadas em quintis (quintos) de insulina. Uma maior resistência à insulina significa uma produção maior de insulina para a mesma carga de glucose.
Quando mais insulina, maior é a incidência de doença cardíaca coronária.
O Ivor Cummins tem uma boa análise do Estudo dos Polícias de Helsínquia, e sugere que os resultados minimizaram a relação entre a insulina e as doenças cardíacas. Isso acontece porque o estudo só mediu a insulina uma vez, no início, e muitos polícias teriam desenvolvido resistência à insulina nos anos seguintes, por exemplo através do aumento do peso. Se a insulina tivesse sido medida com mais frequência, poderíamos ter menos doenças cardíacas entre os homens que mantiveram a sensibilidade à insulina inicial.
Há poucas dúvidas que a resistência à insulina é um dos melhores métodos de prever as doenças cardíacas. O colesterol e as lipoproteínas são falácias lógicas que têm pouco a ver com as doenças cardíacas.
Como Conseguir e Manter Uma Boa Sensibilidade À Insulina?
- Manter uma boa definição. O excesso de peso ou a obesidade estão fortemente associados à resistência à insulina.
- Evite os carboidratos refinados como o açúcar e todos os alimentos feitos com cereais.
- O exercício físico, especialmente a musculação, promove fortemente a sensibilidade à insulina.
- O jejum intermitente melhora a sensibilidade à insulina e comer a toda a hora não é saudável.
- Se precisar de mais ajuda considere a berberina ou metformina – mas se seguir os passos acima provavelmente não vai precisar.
Além de manter um percentual de gordura baixo, muito pouco é falado na mídia convencional, que só fala sobre evitar o colesterol alto e gordura saturada e recomenda as estatinas tóxicas.
Para evitar as doenças cardiovasculares é necessário pensar de uma forma independente e ignorar muito do que ouve na mídia.
Este artigo é do P. D. Mangan , um autor americano de vários best-sellers sobre anti-envelhecimento, emagrecimento e saúde. Pode encontrar o original aqui: Higher Blood Sugar and Insulin Raise the Odds of Dying.
Nadia says
Completando: o que ouve na mídia e o que alguns profissionais da saúde passam. Meu pai tem pressão alta, diabetes tipo 2, colesterol e triglicérides altos. Foi indicado ele comer pão integral, leite desnatado com adoçante, arroz integral preparado com óleo de canola ou trigo e muita fruta. Ele consome 2 abacaxis, 4 bananas e às vezes uma melância inteira por dia (ele só opta por frutas que possuem o maior teor de frutose e as comem geralmente a noite)! Sua gordura visceral é evidente e só está aumentando, e os exames periódicos só pioram. Atualmente ele tem 63 anos e não creio que está próximo a uma vida saudável e buscando longevidade.
Pieter Christiaens says
Essa dieta com alto teor de carboidratos é completamente desaconselhada e dá para ver com o aumento da gordura visceral. Veja o artigo sobre a dieta para a diabetes tipo 2, com cerca de 50 gramas de carboidratos por dia divididos ao longo do dia. Essa dieta acelera o envelhecimento e piora a diabetes. É uma irresponsabilidade dos médicos.
Deijane says
Nossa… Tá tudo errado com a dieta do seu pai… Muda de médico.
Luiza Campos says
Tenho 60 anos, sou diabética tipo 2 e tenho hipotireodite, estou a 3 meses fazendo dieta low carb. Emagreci 8 kg. Mas não sei se é lento assim mesmo. Minha glicose fica sempre em torna de 104 , 109, por aí. Também não sei se é bom. Estou desanimada com os médicos que fui porque não acreditam em mim. Acham que como escondido. Poderia me dar umas dicas? Tomo remédio para a glicose e para tireoide. Faço exercício diariamente. Obrigada, Luiza.
Pieter Christiaens says
Oi Luiza, está a ir bem. A idade, hipotireoidismo e diabetes dificultam a perda de peso. Perder entre 2 a 4 quilos por mês é o normal. Continue o que está a fazer que está a ir bem.